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Uma breve história sobre Triângulo!

Atualizado: 24 de jul. de 2021


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Só para localizar a leitora onde o povoado triângulo estava localizado:

Triângulo, era um povoado do município de Santa Luzia do Tide, cidade a 294.4 km de São Luís do Maranhão. O uso do verbo era se faz presente nessa frase, por que esse lugar já não é mais povoado por pessoas, voltou às suas origens e hoje tudo é mato outra vez, esse é um caso bem recorrente, visto que, muitos lugares povoados por poucas pessoas ao longo dos anos deixaram de existir porque seus habitantes mudaram para cidades ou distritos maiores.

Mas agora comecemos essa história de fato. Eu queria imprimir em fotos todas as lembranças que uma garotinha no auge dos 5 anos de idade viveu e registrou em meados de 1999 naquele povoado de duas ruas, a rua esquerda e a rua direita, uma igreja que nos dias da semana funcionava como escola e aos finais de semana eram realizados encontros religiosos, um comércio/mercadinho, um bar, vários igarapés que passavam atrás das casas dos moradores da rua esquerda, uma quitanda que vendia lanches para quem estava no lugar só de passagem e um poço onde todos do lugar pegavam água para beber e cozer os alimentos.

Cheio de personagens queridos, Sueli e Rogério, meus pais e donos da lanchonete, dona Floriza a parteira da região, seu Zezé o dono do bar, dona Graça e Antônio Filho, mais conhecido como Dr. (não sei o porquê) donos do comércio, entre tantos outros de quem ainda me recordo como se não houvesse passado um dia desde aquela época.

Agora, deixa eu contar para vocês algumas coisas que ninguém vai te falar sobre um lugar pequeno longe da cidade com estrada de chão e alguns igarapés e pontes para se chegar até ele. Todas as coisas burocráticas serão resolvidas na cidade mais próxima, no caso Santa Luzia e as pessoas vão gastar uma nota para chegar até lá e serão usados alguns meios de transportes que podem ser: cavalos, motos ou o famoso pau de arara, os cavalos e as motos te levam até a BR mais próxima, onde dali o “fulano” vai pegar ainda outro carro/van/perua para chegar na cidade, o pau de arara te leva direto e reto até seu destino final. Sempre vai ter uma parteira, acho até que elas surgem do nada no lugar, só pode. Às vezes pode ter um dentista que nunca se formou, e você vai ter a infelicidade de “precisar” dos “serviços” dele, aconteceu comigo e desde então um dos meus grandes traumas é ir num dentista, mas esse causo eu deixo para lá. As igrejas ou uma casa de um cômodo serão alugadas pela prefeitura da cidade e vai servir de escola para o povoado, onde várias crianças de diferentes idades e séries terão aula com um professor, somente, e ele que lute para dar conta do B.O., professor Joedilson, o felizardo da minha época, (geralmente as séries vão até o quarto ano, daí em diante os pais se veem obrigados a mudar de lugar ou mandar o filho para a casa de parentes em lugares maiores para continuarem os estudos).

Na época não havia energia no povoado, então a luz do dia era palco para todas as coisas que precisavam ser feitas até o sol se pôr. Lembro de muitas fogueiras que iam além das fogueiras da época de festas juninas, os lampiões eram acessórios comuns nas casas e a lua era o maior lustre natural em noites de lua cheia e ascendia os terreiros (lá a gente chama a frente das casas de terreiros) onde muitas pessoas se reuniam para bater um lero (papo/conversa/fofoca).

Chegamos no fim, não que não tenha mais o que ser acrescentado ou dito, porque o Triângulo para mim foi palco de muitas lembranças de infância, muitos banhos de rios, rodas do bumba meu boi, onde fui alfabetizada, tive convívio forte com a natureza, claro, onde tive as primeiras e últimas lembranças do meu padrinho. Quem sabe mais adiante eu volte aqui e me prolongue mais sobre o assunto, mas por enquanto é isso, acho que aqui tem, de forma geral, algumas informações para vocês leitoras entenderem o que foi esse lugar na minha vida!



Vocação, será?


Quando você é criança sempre te perguntam o que você quer ser quando crescer!

Em algum momento a gente já escutou essa pergunta e respondíamos na grande maioria das vezes, estimulado por exemplos que estavam à nossa volta ou profissões que a gente já se identificava e tinha admiração, mas nem sabia por que sentia.

Não lembro de responder sobre esse assunto antes dos 7 anos quando entrei numa escola regular. Também não lembro dos estímulos, penso que nem foram tantos, por que se não, eu lembraria. Mas livros e brinquedos podem ser estímulos, minhas amigas. Os livros de ciências e as únicas duas bonecas que tive na época foram os meus primeiros.

Não sei de onde nasceu aquela vontade (dos livros de ciências, claro), mas um dia eu quis ser uma ‘médica obstetra especialista em reprodução humana’, parece que estou inventado só para contar história, mas não minhas amigas, eu não preciso disso rs, capaz, eu que morro de aflição de ver sangue e tenho medo de gente morta, cada coisa que essas crianças inventam, mas abro aspas aqui para dizer que em 2016 entrei na faculdade de enfermagem na doce ilusão de ser uma enfermeira obstetra, mas só durou o primeiro semestre, voltemos... na época, além dos livros o que predominavam eram as brincadeiras com as bonecas e para elas foram costuradas as primeiras roupas que fiz na vida.

Mas a primeira habilidade que realmente adquiri foi o crochê, com a minha mãe aprendi a fazer as primeiras tranças, mas eu não conseguia evoluir, porque era isso que ela sabia fazer, e eu ficava ali, pelejando e brigando com minhas mãos por não conseguirem fazer um paninho que ficasse plano, no entanto, eu tinha o privilégio (eu chamo assim), de morar em um lugar que tinham muitas crocheteiras e cada uma que ia em casa e me via fazendo as trancinhas me davam algumas dicas, lembro duma vez que uma prima foi passar uns dias em casa e ela manjava muito das artes e me ensinou várias pontos de crochê, nessa época aí, eu tinha de 8 a 9 anos.

No auge dos meus 12 anos sabia fazer muitos pontos de crochê, bordados, foi aí que dei meu primeiro passo para o empreendedorismo, quando minha mãe começou a vender as “calcinhas bundas ricas” que aprendi a fazer, cada calcinha era vendida a 15 reais, muito Ryca eu.

Depois de passar o interesse pelo crochê implorei minha mãe para que ela pedisse a uma costureira do município que eu pudesse frequentar a casatelier dela e ir acompanhando todo o processo de costuras que ela fazia, foi nessa casatelier que tive os primeiros contatos com as máquinas de costuras!

Agora eu vou parar por aqui, claro que nessa passagem só tem breves pontos de onde nasceu minha “vocação” pelo mundo da arte de costurar e inventar coisas.

Depois da história do Povoado Triângulo e um breve resumo de como comecei a me interessar por todas as coisas que sigo fazendo hoje, vamos falar sobre outros assuntos que são pertinentes a essa marca que vos fala, Tri.Amar. Até breve!

 
 
 

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